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CONFISSÕES DE AGOSTINHO
CAPÍTULO VII. Alguns erros dos maniqueus
Não conhecia eu outra realidade – a verdadeira – e me sentia como
que movido por um aguilhão a aceitar a opinião daqueles insensatos
impostores quando me...
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CONFISSÕES DE AGOSTINHO
CAPÍTULO VII. Alguns erros dos maniqueus
Não conhecia eu outra realidade – a verdadeira – e me sentia como
que movido por um aguilhão a aceitar a opinião daqueles insensatos
impostores quando me perguntavam de onde procedia o mal, se Deus
estava limitado por forma corpórea, se tinha cabelos e unhas, e se
deviam ser considerados justos os que tinham várias mulheres
simultaneamente, e os que causavam a morte de outros ou
sacrificavamanimais.
Eu, ignorando essas coisas, perturbava-me com essas perguntas.
Afastando-me da verdade, parecia-me encaminhar para ela, porque
não sabia que o mal é apenas privação do bem, até chegar ao seu limite, o próprio nada. E
como poderia ter eu tal conhecimento, se com os olhos não conseguia ver mais do que
corpos,ecomaalmanãoiaalémdefantasmas?
Tampouco sabia que Deus é espírito, que não tem membros dotados de comprimento ou
largura, nem quantidade material alguma, porque a quantidade ou matéria é sempre
me
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