Merdra! Merdra! Dizia o tirano Pai Ubu em 1896 para
uma aristocracia acostumada com um modo especíco de produção
teatral, aquele representativo, recitatório, posto em cena para
arremedar os desejos do dramaturgo, grande e único artista da obra
teatral....
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Merdra! Merdra! Dizia o tirano Pai Ubu em 1896 para
uma aristocracia acostumada com um modo especíco de produção
teatral, aquele representativo, recitatório, posto em cena para
arremedar os desejos do dramaturgo, grande e único artista da obra
teatral.
Merdre! Um palavrão para os consumidores de teatro da
época, mas também protesto contra a graa rotineira! Um
escândalo! Para a moral e os bons costumes e, porque não dizer,
para a crítica da arte, expert em ler o teatro mundial.
Aquele
despautério surgia como uma ofensa à criação teatral mundial, a
dominante, claro.
Que mundo? Um mundo em efervescência
cultural, rearmando-se na boemia dos grandes cabarets, musicais e
vaudevilles.
Era necessário gritar Merdra! Fez-se necessário sair do
ostracismo cultural para produzir e discutir um novo mundo,
prestes aos colapsos das grandes guerras.
A radicalidade da
produção boemia de Alfred Jarry foi fundamental para a estética da
cena moderna, apontando caminhos para o qu
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