o carvalho do fojo
no pátio da casa-escola nasceu um carvalho.
foi miragreiro.
as mestras do fojo pediram um arranjo do pátio, porque a meninhada brincava nas poças
quando a chúvia e na poeira quando o sol.
o concelho encheu o pátio de grava.
ademais,...
More
o carvalho do fojo
no pátio da casa-escola nasceu um carvalho.
foi miragreiro.
as mestras do fojo pediram um arranjo do pátio, porque a meninhada brincava nas poças
quando a chúvia e na poeira quando o sol.
o concelho encheu o pátio de grava.
ademais,
em cada recreo, uma turva de mais de corenta crianças (eram tempos em que as aldeias
tinham crianças) irrompia no pátio feita marabunta.
e aí, no ermo de um pátio de grava esmagado por pés de meninhos corredores, nasceu
um carvalho.
para nós foi tam miragreiro que nos lembro indo junto minha mãe anunciando a boa
nova.
como se em vez de carvalho nascera um cristinho.
tinha que ter nascido dalgum
espírito santo, porque na volta nom havia nengum carvalho grande que pudera fazer de
pai, tam sequer putativo.
daquela, o rebento virou o nosso protegido.
nom deixavamos a ninguém tocá-lo.
se
vinham dias de seca, regavamo-lo, arrincavamos as ervas para que colhera o sol.
.
.
e
aprendemos que isso de que as árvores galegas crescem lentas
Less